Pitacos sobre um Museu Vivo do Nordeste
Redescobrir o cotidiano de um Nordeste multicultural, onde as definições das fronteiras políticas artificiais são superadas pelas regionalidades construídas nas semelhanças e dessemelhanças de tantas etnias reunidas.
Perceber em cada artefato, a importância de sua inclusão na vida de nossos vários sertões brejos e cariris, desvendando na história de cada um o quanto somos tupis, africanos e ibéricos.
Entender por que tecnologias universais foram incorporadas e elementos culturais reinventados, o que possibilitou a formação de um mosaico de saberes tão diversificados, porém harmônico.
Neste sentido construímos um museu vivo, no quintal de uma casa, originado de encontros poéticos e musicais em torno de um fogão à lenha, pilões, panelas de barro e todo tipo de mangaio, expondo nosso passado tanto no que ele teve de trágico quanto de grandioso, ressaltando as peculiaridades de suas falas, seus ofícios e suas artes sem folclorizá-lo.
Portanto, a universalidade da globalização não exclui as permanências locais e regionais. Ao contrário preservar os elementos que compõem as bases de nossas culturas, mantendo os pés firmes como raízes, porém com as cabeças voltadas para o que rola na roda da vida e no giro da história, incorporando sem substituir e inovando sem sucatear o que nos foi legado.
Adonhiran Ribeiro dos Santos
Professor contador de história(s) – UEPB
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