sexta-feira, 30 de novembro de 2012

{Literatura} Tambor e Cajueiro Seco: Bibliotecas comunitárias incentivam o hábito da leitura


Encontramos na rede uma reportagem sobre a Biblioteca Comunitária do Tambor elaborada pela jornalista Lidiane Alves e que foi veiculada na revista eletronica "Olhar Cultural" segue a reportagem:





  
Um importante instrumento de incentivo ao hábito da leitura tornou-se obrigatório em instituições públicas e privadas de todo sistema de ensino do Brasil: as bibliotecas. Desde o dia 25 de maio de 2010, a Lei nº 12. 244 determina que as bibliotecas tenham um acervo de documentos e materiais videográficos, além de um livro por aluno. No entanto, bem antes da criação da lei, diversos grupos vislumbraram a necessidade do surgimento de bibliotecas em suas comunidades, seja pelo incentivo a leitura, ou por um segundo espaço de acesso ao conhecimento, a cultura e a arte.

Um pequeno espaço, estantes, cadeiras, mesa, livros, algumas revistas, jornais, consulta, leitura e estudo. Surgem assim, em cidades do interior ou em pequenas comunidades de todo o País, as chamadas ‘Bibliotecas comunitárias’. A construção delas tem sido o sonho e a ação de muitas pessoas que trabalham para ampliar o incentivo e o acesso a leitura. As dificuldades encontradas são muitas, a começar pelo hábito à leitura dentro das próprias comunidades. No pacote vem ainda, a arrecadação dos livros, a necessidade de um espaço, de pessoas para gerenciá-lo e a conservação do material.  

Apesar dos obstáculos, as bibliotecas comunitárias já fazem parte da realidade de diversas comunidades, graças ao esforço de pessoas que vêem na leitura uma oportunidade de mudança. No bairro Cajueiro Seco, em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana de Recife – PE, bastaram cinco amigos dispostos a trazer para a comunidade o hábito da leitura, e um carrinho de mão para carregar os mais de mil livros que hoje fazem parte do acervo da biblioteca.

Conscientes da importância da leitura e dispostos a reeducar as pessoas para promover esse hábito, os cinco amigos moradores da comunidade (Carlos, Damião, Edson, Jailson e Wagner) criaram o Grupo de Incentivo a Leitura, Cultura e Meio Ambiente (GILCUMAM). “A ideia partiu da necessidade de criar um espaço dentro da comunidade que pudesse tirar as dezenas de crianças que ficam na rua, no momento que não estão em sala de aula”, comenta o geógrafo Wagner Nascimento de Melo, vice-presidente do GILCUMAM.  

Grupo de Incentivo a Leitura, Cultura e Meio Ambiente (GILCUMAM)
                        
Hoje, dois anos depois da primeira conversa entre os amigos, a biblioteca comunitária funciona de segunda a sábado, das 08h às 17h, numa casa alugada e mantida por eles. Segundo os integrantes do GILCUMAM, no início a comunidade não abraçou a causa, “eles doavam os livros não para ajudar o projeto, mas para se livrar deles”. Para o grupo, a pequena participação das pessoas é reflexo de um problema social e cultural. “As crianças não são incentivadas pelos pais, e quando crescem, continuam sem receber incentivos”, ressalta Wagner.

As dificuldades socioculturais, bem como, o fato da biblioteca não ser um atrativo à comunidade, motivou o GILCUMAM a promover outras atividades que pudessem atrair os moradores, através do teatro, da música e da dança. “A intenção do grupo é fazer da biblioteca um espaço de diversão dentro da comunidade, que inclua as mais diversas manifestações culturais”, destaca o artista plástico Jailson da Soledade, membro do grupo. Ele comenta ainda, que com a ajuda de um advogado da comunidade, o GILCUMAM será regularizado, para que assim, possa requerer investimentos junto ao poder público.

Leitura no Tambor


No bairro do Tambor, em Campina Grande – PB, a falta de incentivo público também foi um dos obstáculos enfrentados, pelo estudante universitário Williams Lima Cabral e sua mãe, a ativista social Maria do Socorro Lima Cabral. Motivados pelo sonho de um espaço destinado a leitura, eles criaram a 1º biblioteca comunitária do bairro. “Precisávamos de um espaço que pudesse tirar as crianças e adolescentes de atividades ilícitas recorrentes no bairro. Visualizei no incentivo a leitura essa possibilidade”, conta Williams Cabral.

Montada com o apoio da Associação dos Moradores do Tambor, a biblioteca possui um acervo de cerca de quatro mil livros, distribuídos nas três estantes cedidas por um morador da comunidade. “Realizamos o ‘Dia Símbolo’ de arrecadação de livros, no qual conseguimos montar todo o acervo que possuímos hoje”, relata Maria do Socorro. Ela conta ainda, que durante três meses realizou um trabalho de incentivo a leitura com quarenta crianças da comunidade, que estavam sem frequentar à sala de aula, devido uma reforma da escola municipal do bairro.

Além dos livros, a biblioteca oferece a comunidade aulas de capoeira, crochê, bordado e discussões literárias. Para suprir parte desta lacuna dentro da educação do País, foi criado um grupo de incentivo a leitura, onde crianças e adolescentes se reúnem para ler e discutir algumas literaturas. “Vimos na biblioteca a oportunidade de fomentar não só a leitura, mas também a cultura”, diz Williams Cabral.

Diferentemente da biblioteca comunitária de Cajueiro Seco, a biblioteca do bairro do Tambor, não possui uma estrutura física para continuar e ampliar os projetos. Atualmente, os quatro mil livros da biblioteca estão empilhados num lugar cedido pela associação do bairro. Um espaço, que hoje não comporta as mais de 70 crianças e adolescentes atendidos pelos projetos desenvolvidos através da biblioteca.

Os 250 quilômetros que separam Campina Grande de Jaboatão dos Guararapes, não distanciam o sonho dos dois campinenses e dos cinco amigos pernambucanos. Estas bibliotecas montadas tornaram-se um importante instrumento de mobilização sociocultural dentro das comunidades. “Com mais informações as pessoas criam um censo crítico apurado e encontram argumentos para reivindicar mudanças em suas comunidades”, conclui o estudante Williams Cabral.

 Através de iniciativas como essas, os entusiastas da leitura encontram o espaço necessário para ampliar o sonho do estímulo e acesso ao mundo das letras. 



Por Leidiane Alves

Esta reportagem foi originalmente publicada na revista Olhar Cultural, projeto desenvolvido em agosto de 2010 e publicado virtualmente. Se quiser conhecer mais sobre a revista e ler a edição completa, segue abaixo a Olhar Cultural.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Consciência Negra!

Em Comemoração ao Dia da Consciência Negra Vamos Lembrar da Memória de Mestre Bimba, criador da Capoeira Regional da Bahia!

Que Sua Memória não seja esquecida!!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

OFICINA: CONSTRUINDO ESTÓRIAS.

Nos dias 30 de Novembro a 1 de Dezembro será realizada na Biblioteca comunitária do Tambor a oficina "Construindo Estórias", a ser ministrada pelo professor e Historiador Herbert de Andrade Oliveira. 

Nossa intenção em promover essa atividade é de despertar o interesse em jovens do Tambor para a investigação da história de sua própria comunidade, criando assim uma identidade do lugar. O "resgate" da memória dos mais velhos irão contar um pouco da construção do que hoje é o nosso bairro.

Entre os objetivos da oficina destacamos:

Facilitar e socializar métodos e técnicas de pesquisa, ampliando a possibilidade das pessoas escreverem suas próprias narrativas/histórias de vida (que podem resultar em produtos de variados  formatos: textos historiográficos, crônicas do cotidiano, roteiros cinematográficos, exposições, etc. Descobrir, pesquisar e narrar histórias locais ainda não contadas; Resgate da tradição oral, seu registro e divulgação;

A as inscrições estão abertas e podem ser feita por jovens de no mínimo 15 anos, limitamos os inscritos em 15 pessoas e de preferência residentes no bairro.


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Projeto prevê uma biblioteca pública em cada município

 Caberá ao Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas determinar a ampliação desse acervo conforme a realidade de cada município brasileiro



A Câmara analisa o Projeto de Lei 3727/12, que inclui entre os princípios do ensino, previstos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394/96), a presença de pelo menos uma biblioteca pública em cada município brasileiro.
Conforme a proposta, do deputado Jose Stédile (PSB-RS), será obrigatório um acervo de no mínimo um título para cada habitante do município. Caberá ao Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas determinar a ampliação desse acervo conforme a realidade de cada município, além de divulgar orientações de guarda, preservação, organização e funcionamento das bibliotecas.
O projeto estabelece ainda que os municípios, dentro de sua autonomia e capacidade financeira, deverão desenvolver esforços progressivos para que a universalização das bibliotecas públicas seja efetivada no prazo máximo de cinco anos.
“A verdadeira função de uma biblioteca pública é promover o desenvolvimento do contexto social onde atua. Para isso, deverá atender aos diferentes tipos de usuários: infantil e adulto, alfabetizado, neoalfabetizado e não alfabetizado, o recluso e o livre, o hospitalizado, o deficiente físico e visual, entre outros”, afirma.
São 11 os princípios do ensino previstos na LDB, entre eles: igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; respeito à liberdade e apreço à tolerância; e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino.
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Educação e Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
fonte:http://acritica.uol.com.br/noticias/Manaus-amazonas-amazonia_0_773922645.html